sábado, 27 de abril de 2013

Le cœur de Paris

Eu adoro sair do metro e "dar de cara" com o monumento. Foi relembrando a visão subterrânea do primeiro monumento europeu que visitamos, a Duomo de Milão (muitos meses atrás), que paramos de olhinhos brilhando em frente ao gigantesco Arc de Triomphe, o marco inicial da "La plus belle avenue du monde" (A avenida mais bela do mundo), mais conhecida como Champs-Élysées!


Atravessamos os 7km da avenida jogando conversa fora, como se fosse o caminho que nos levaria aos comuns afazeres cotidianos. Não tinha nada de comum no Jardin des Tuileries. Foi lá, entre as tulipas multicoloridas que tive certeza do porque esperamos até então pra vir a Paris. A cidade ficou ainda mais cheia de graça na primavera, nada de mãos congelando, pés reclamando do frio, noite chegando cedo demais. O sol nos convidava a ficar mais um pouquinho e nós não resistíamos!




 'ceux qui ont exposé leur vie et prodigué leur sang pour la défense de la monarchie (...) passent le reste de leur jours dans la tranquillité'

(aqueles que expuseram as suas vidas derramaram o seu sangue pela defesa da monarquia (...) passem o resto dos seus dias na tranquilidade)

Atravessamos a ponte Alexandre III, passamos o gramado verde e uniforme e chegamos a frente do Hôtel des Invalides. Eles deram tudo que tinham pelo seu país, e agora, já sem forças, tinham seu merecido momento de descanso. É ali também que descansa Napoleão Bonaparte, em um suntuoso sarcófago dentro da capela de Saint-Louis, vale uma visita. 


Dali só seguimos a pontinha metálica pairando a 281 metros sobre a cidade luz. Uma bola cor de laranja tocando o chão devagarinho, aquele céu de coelhinho da páscoa pintando ovos, casais brindando com champanhe e por 13 euros e algumas horas de espera eu vivi o por do sol mais bonito da minha vida!


Confesso que a vista de Paris sem a Torre Eiffel não é a mesma coisa, mas pensar que você é um pontinho vivo no meio da treliça de ferro mais conhecida do mundo dá vontade de chorar, e era só isso que a Mari conseguia dizer: "Marthina, a gente tá na Torre Eiffel! Brenda, a gente tá na Torre Eiffel!"


É Mari, a gente foi na Torre Eiffel, e eu já estou com saudades!!


















quinta-feira, 25 de abril de 2013

Paris, je t'aime

Subindo até a basilique du Sacré-Cœur, bem de longe, seguimos a melodia francesa de um dos músicos independentes que fazem a vida de trocados. Me senti em um filme. Qualquer história vira um romance em Paris. Qualquer sonho vira um croissant em Paris! 


Lá de cima do Montmartre  observando a cidade inteira sob o céu azul da primavera, quando vimos pequenininha a Tour Eiffel  tão pequenininha que conseguíamos tampar com o dedão, tive certeza que Paris ia ser minha cidade preferida.


Me apaixonei por Paris no momento em que entrei no banheiro do aeroporto e descobri o papel higiênico cor-de-rosa. Aí então me contaram sobre as entradas gratuitas para estudantes e residentes da União Européia, o que mais eu podia querer? 


Ouvi tanto dizer que o quadro da Monalisa era minúsculo que quando cheguei lá até me assustei com o tamanho. Encontrá-lo é fácil (siga o fluxo), o difícil é chegar perto para bater uma boa foto. Com um pouco de paciência tiramos cinco.

Venus de Milo, deusa do Amor e da Beleza. Nascida quando Cronos cortou os órgãos genitais de Urano e arremessou-os no mar. Da espuma (aphros) surgida ergueu-se Afrodite.

O "resto" do Louvre é gigante. Dá pra perder o dia inteiro lá dentro, ou se perder do grupo também, por isso existem os folhetos para leigos, como nós, indicando onde estão as peças conhecidas!


Do ladinho do Louvre, cruzando o Sena está a Pont des Arts. Ao se aproximar da ponte – construída entre 1981 e 1984 – vê-se pontinhos coloridos tomando forma nas barras de ferro, sāo milhares de cadeados de todas as formas e tamanhos que dão a Pont des Arts uma decoraçāo para lá de especial… Ė muito amor! 

A história todo mundo já conhece, prender o cadeado, jogar as chaves no rio e ser feliz para sempre! Deve ter gente que acredita que o amor é proporcional ao cadeado porque tem uns enormes. O que muita gente não sabe é que a Prefeitura da cidade esteve retirando os cadeados das pontes, porque eles atraem ladrões, pouco interessados em amor eterno! (Paris retira tradicionais cadeados de amor deixados em grades de ponte).

E então, fomos conhecer o lugar onde Quasímodo se apaixonou pela cigana Esmeralda. A Catedral de Notre-Dame é igualzinha ao filme da minha infância, as gárgulas e os vitrais.



"E a catedral não era apenas companhia para ele, era o universo, ou melhor, mais, ela era a própria natureza. Ele nunca sonhou que haviam outras sebes que os vitrais em flor perpétua, que não a sombra da pedra folhagem sempre nascente, carregada com pássaros nas matas de capitais saxões, outras montanhas que as torres colossais da igreja, ainda outros oceanos do que Paris rugindo a seus pés." Victor Hugo, Notre Dame de Paris, 1831.

Tem como não querer ficar aqui pra sempre?





quinta-feira, 11 de abril de 2013

3 vezes Barcelona

Sentadinha ao lado da minha mala (55x40x20) pronta, depois de alguns meses sem viajar com a Ryanair (saudades - só que não), algumas horinhas antes de voltar pra Barcelona, sentei pra escrever sobre a viagem que fiz para o mesmo destino, porém em condições pouquinho diferentes.


Ainda acompanhada das minhas, que ja deixam saudades, dinda e mãe, partimos (divas de TAP, com direito a despachar mala!) para a cidade da ZARA! 
Pra quem não sabe, a ZARA é uma marca espanhola, e a loja é tipo Starbucks em Londres, tem uma por esquina! Entramos em TODAS, algumas mais de uma vez por dia, e quase nunca saímos de mãos vazias.. Claro que Barcelona não é só isso..! Lá tem também o gigantesco El Corte Inglês (hahaha). Uma loja de departamentos com milhares de andares e marcas e coisas pra deixar qualquer mulher louca louquinha!

Quando não estávamos fazendo compras, procurando um casaco do meu tamanho ou nos perdendo entre as mini-roupas de adulto para crianças das seções infantil (pra Larinha), passeamos de city tour pela grande Barcelona turística. 


A Sagrada Família, principal atração da cidade, foi a primeira parada do roteiro. Com os ingressos já comprados, entramos logo cedo na Catedral e os raios de sol que entravam pelos vitrais, coloriram seu interior e o projeto de Gaudí tomou vida e cor! Tudo, tudo lá dentro tem um propósito.. cada cor, cada detalhe na parede, o modo com que as colunas estão dispostas de forma que as pessoas sintam como se estivessem em uma floresta, é lindo, e vale cada centavo (mesmo que você tenha que pagar, e não a sua mãe!). 
O nosso ingresso dava acesso a uma das torres da catedral. Com 45m de altura, a Torre Passió prometia uma vista incrível de Barcelona. Mas chegando lá em cima mal consegui me segurar de pé, é alto de verdade, e confesso que não tive coragem de descer pelas escadas circulares como a maioria faz, voltei rapidinho para o elevador e pra terra firme!




Não podíamos voltar da Espanha sem provar uma tradicional Paella. Na praia de Barceloneta, em um desses restaurantes bem turísticos com porções mínimas, comemos uma Paella deliciosa, acompanhada com camarões enormes cozidos e bem temperados.. hehe viajar com a família é outra coisa!


De Barceloneta para Camp Nou, parada obrigatória para os fãs do "Barça". Casa Batló, mais uma das obras de Gaudí. Monte Tibidabu, a vista de Barcelona que não dá medo, Montjuïc, com suas águas encantadas e as Ramblas, rua pra andar de dia e de noite, passar no Mercat de La Boqueria e experimentar todos os tipos de frutas, temperos, turrons e fazer as compras gastronômicas que toda a mãe adora!




Agora é só fazer o roteiro de novo, incluir uma balada ou outra, cruzar os dedos para tempo bom e preparar o estômago para os Big Macs (ao invés de paella, camarão e crepes) que virão!

Beijinhos, e até a próxima!
















segunda-feira, 1 de abril de 2013

Na terra de Santo Antonio

Acho que já comprei passagens de ida e volta à Lisboa umas 10 vezes, mas nunca parei pra conhecer seus encantos. Nada além da correria do Aeroporto da Portela, o maior de Portugal.

Com a família, viajei de um jeito mais, digamos assim, confortável. O tradicional Free Walking Tour foi substituído pelo City Tour nos ônibus vermelhos, ouvindo a história de cada cantinho da cidade entre trechos do tradicional Fado português. Paramos em Belém para almoçar, subimos os, segundo a contagem da Mami, 115 degraus apertadinhos da Torre de Belém e apreciamos a vista do Oceano Atlântico sob o céu azul! 



Claro que eu não ia deixar que saíssemos de lá sem provar os famosos Pastéis de Belém®! Acho que a massinha é a mesma, e o recheio também, mas o fato de ele vir tão quentinho, naquelas caixinhas exclusivas, e te fazerem ficar na fila ansiosa pra comprar, dá um gostinho especial. Na fila, minha mãe perguntou quantos cada uma de nós ia querer, o segurança da loja, muito simpático, perguntou se era nossa primeira vez ali e disse que um só não seria suficiente, porque teríamos de entrar na fila pra comprar outro! Nem dois foram :(
Se quiserem comer o pastel na pastelaria, não entrem na fila, procurem uma mesa com paciência e sentem, que em breve devem ser atendidos! Também dá pra espiar a produção deles, é uma loucura, vale a pena ver os mil pastéis de belém sendo fabricados por minutos..!


No caminho de volta para o Padrão dos Descobrimentos, a imitação de uma caravela que homenageia os participantes do período de desbravamentos de Portugal pelo mundo, passamos pelo Mosteiro dos Jerônimos, outra boa parada para sentar e admirar uma parte de Portugal que ainda se mantém conservada. 

Curiosidade do Tour: A tourada portuguesa é diferente da tourada espanhola, porque em Portugal não matam o touro, só o imobilizam, e na Espanha não. O Campo Pequeno, a praça de touros de Lisboa, é mais um desses lugares que se destacam na cidade!




Alguns dias depois voltamos a Lisboa, para finalizar a viagem e pra me despedir, de novo. Mas antes pegamos um bonde elétrico, o 28E, e demos uma voltinha pouco confortável pela cidade parando no Castelo de São Jorge, padroeiro do país. 
A cor azul do céu no primeiro dia se transformou em cinza saudade e a visão privilegiada sobre o topo da mais alta colina do centro histórico escondeu-se atrás da chuva. Então, a dica é, vistas ao Castelo de São Jorge, só em dias muito limpos e de sol!


Descendo as ladeiras para voltar a paragem do bonde, passamos pela Sé de Lisboa, pela Igreja de Santo Antônio e pelas tradicionais lojinhas de artesanato. Foi ali onde comprei meu Santo Antônio de Lisboa, de enfeite ou pra procurar as coisas que perco, nada de pendurá-lo de cabeça pra baixo, pelos menos por enquanto!

Na volta ao Hotel paramos no Pingo Doce, e os últimos buraquinhos livres das malas foram preenchidos com lembranças comestíveis, vinhos e queijos. Pingo Doce, sabe bem pagar tão pouco!