segunda-feira, 15 de julho de 2013

Porque eu adoro falar República Checa - Praga

Me apaixonei por Praga, literalmente, à primeira vista. Através das janelas sujas do ônibus de 19,50 euros da Eurolines, sem saber para onde olhar, por que cada lado do rio era mais bonito que o outro! A cidade tinha um pouco de todas as outras que já visitei. Os telhados verdes de Copenhagem, as avenidas largas e arborizadas de Paris, os prédios antigos de Londres, os canteiros floridos Alemães e Holandeses, as cores da Itália, e pra completar, o incrível e único relógio astronômico de Praga.
Museu Nacional

O relógio é lindo e inútil ao mesmo tempo. Isso porque até conseguir ler a hora certa já deve ter se passado um bom tempo e você provavelmente já estará atrasado. Mas seus ponteiros indicam a hora do por e nascer do sol, o dia do ano, a fase lunar e o zodíaco. Conta a lenda que é único no mundo porque os cidadãos o amavam tanto, mas tanto, que queriam não queriam que ninguém tivesse um igual àquele, então arrancaram os olhos de quem o construiu. Dramas europeus, vai entender!



Caminhar pela cidade foi o ponto alto da viagem. De lojinha em lojinha, barraca em barraca, olhando o preço de tudo, absorvendo o máximo dos cheiros e sabores da cidade. As marionetes de madeira fazem sucesso por lá, a cidade é considerada a Capital mundial da Marionete, e é cheia dos pequenos (e grandes) teatros de bonecos. Fica a dica para quem quiser uma lembrança (boa e cara lembrança) da cidade, atenção especial para as conversões!
Teatro Nacional de Marionetes


Para os maluquinhos, ou de orçamento reduzido, a lembrancinha pode ser convertida em um imã bonitinho ou em uma garrafinha de Absinto, que sai pelo mesmo preço de uma cerveja! O que eu descobri é que Absinto deve ser diluído, com um torrão de açúcar, e não bebido puro igual essa gente doida que vive no Cabido Bar faz, não não não..


Das delicinhas que encontrei por lá não faltou crepe de Nutella (2 eurinhos), muita salsicha com pão e com chucrute, copões de cerveja e "trdelkík" - algo como um pão oco assado na hora e passado pelo açúcar com amêndoas e canela!


O Castelo de Praga fica bem bem bem no alto da cidade, mas a subida é, como sempre, compensada pela vista da cidade lá de cima, e pelos jardins, tenho que dizer. São lindíssimos, apesar de o castelo não ser lá bem onde a Cinderela moraria, os jardins com aquela vista que irrita de tão bonita e difícil de registrar numa foto, são um ótimo lugar pra perder algumas horas da visita. 

Charles Castle - O melhor rei da República Checa

Wenceslau Square

Igrejas, claro, estavam sempre presentes no nosso roteiro, mas dessa vez houve uma que foi a menina dos meus olhos. A faxada branquinha não dá ideia nenhuma da preciosidade que abriga a igreja de Nossa Senhora Vitoriosa. Uma estatueta do pequeno menino Jesus, a quem foi atribuído diversas graças, desde que bem cuidada e venerada. Sua história, de protetor e salvador, especialmente da infância, encantou o mundo e até hoje recebe novenas e presentes vindos de todos os lugares.

Menino Jesus de Praga
Praga tem até uma mini torre Eiffel, não precisava de mais nada pra ficar do ladinho de Paris no topo da lista das cidades preferidas.. essa vai dar saudades!



sexta-feira, 12 de julho de 2013

O começo da última - Munique

Paris, Londres e Roma são os destinos favoritos do velho mundo. A minha imaginação não ia muito além e me surpreendi quando Praga, Viena e Budapeste tiveram que se apertar entre os primeiros lugares no ranking das minhas cidades preferidas. Cruzamos os dedinhos para passar em todas as provas e não precisar dos recursos e marcamos nossa última viagem uma semana antes da volta ao Brasil. 


Começamos por Munique, porque para chegar no leste tem que começar por algum lugar, e como foi difícil decidir! Foi uma boa escolha, apesar dos tropeços no começo da viagem. Como alguém pega uma mala que não é sua eu ainda não descobri, mas foi o que fizeram com a Mari, e a coitadinha passou o dia com roupas emprestadas (vestido da Lefties que ficou liindo em todas!) sem notícias da mala desaparecida.


Munique não funciona ao domingos! Nada abre, nenhuma lojinha de souvenir sequer. Por isso aproveitamos e conhecemos todos os pontos turísticos da cidade, que é uma gracinha, a pé. Tudo florido, limpinho e organizado. Chegamos na Marienplatz e ficamos de butuca na explicação do guia turístico dos outros enquanto esperávamos o Glockenspiel ("jogo de sinos") que, segundo a guia, é a segunda maior decepção da europa, logo depois do relógio de Praga. Na minha opinião, nada é decepcionante quando não se cria expectativas, e os bonequinhos coloridos girando no topo da Nova Prefeitura de Munique foram até bem fofos.

Encontramos nosso lugar ao sol na pracinha da Theatiner Kirche, uma imponente igreja amarela que perdeu toda a nossa atenção para as salsichas gigantes e todas as delicinhas alemãs da feirinha logo à sua frente. 
Depois de bem alimentadas, bratwurst no pão coberta com muita maionese e mostarda, partimos para Leopoldstrasse, onde encontramos uma feira de rua interminável com todos os tipos de barracas, de comida (crepe de Nutella que vai deixar saudades), artesanato e contribuições para instituições carentes! 

Quando cansamos de procurar souvenires (nenhum por menos de cinco euros), babar nas tortas e desviar de crianças com balões viramos qualquer rua a direita para encontrar o English Garden, um parque maior que o Central Park de NY! O lugar era lindo, e a brendinha deixou um pouco do almoço e da sobremesa em cada canto que parávamos. Malditas comidas de rua do Marrocos! 



A noite no hostel foi animada por um australiano vestido de tigre/guaxinim e às seis do outro dia estávamos de partida para Praga, felizes da vida porque ônibus não tem limite de tamanho para as malas, TODAS as malas! 







Amsterdam sob um guarda-chuva

Acho que passagem mais cara que comprei durante o intercâmbio custou 130 euros, e foi a ida e a volta direto ao aeroporto principal de Amsterdam. Existem passagens mais baratas para países próximos e viagens curtas de ônibus que te levam para a cidade, mas queríamos mesmo conhecer especificamente o destino preferido de tantos dos nossos amigos!

Acreditem, não é pela maconha, nem pela putaria. Amsterdam é uma cidade muito fofa, com ruazinhas deliciosas à beira dos canais que dão vontade de deixar o mapa na mala e se perder até anoitecer. Pena que o anoitecer era pelas onze da noite, o vento à beira do canal destruía nossas sombrinhas de 3 euros e as roupas que escolhemos para usar no final de junho não esteve condizente com o clima! 

Nosso roteiro incluía chegar de manhã, tomar um café e circular os pontos turísticos, ir de bicicleta até a micro cervejaria do moinho e comer um space cake do coffeeshop mais renomado da cidade, o Bulldog. 
Saindo da estação de trem, que é lindíssima, fui carregada por bicicletas circulando em um transito frenético na sua própria faixa. Aliás, lá até a faixa de pedestres é tomada por elas encostadas umas nas outras em qualquer lugar que dê pra amarrar uma corrente! Conclusão: aluguel de bicicleta cancelado. 

Pegamos, então, nosso mapinha como combinado e fomos procurar o que fazer. Parques, pontes, Red Light, todas as lojas de souvenir possíveis e as famosas letras gigantes! 

Queria bater a "tradicional foto na ponte", mas aí cheguei lá e descobri que Amsterdam tem mais de 1000 pontes e foi apelidada de Veneza do Norte. O melhor é que cada ponte é mais bonita que a outra, e no verão ficam cheias de flores e bicicletas com cestas penduras, uma gracinha!

Dica: se quiser ver tulipas verdade, não as artificiais das lojas de souvenir ou nas fotos dos pacotinhos de sementes vendidos em todos os cantos da cidade, vá visitar a Holanda do meio de março até meio de maio, ou suas expectativas não serão atingidas, como as minhas!

O Red Light district foi um susto. Fomos à luz do dia, quando as vitrines estão, na sua maioria, vazias. Entramos na Condomerie, a loja que vende preservativos pintados a mão, e outras coisas que até Deus duvida e depois, passeando pelas ruas demos um salto quando uma, que parecia um manequim, começou a se mexer! É exatamente assim, uma manequim exibindo uma lingerie ou qualquer roupa minúscula, dançando, conversando e chamando pra dentro qualquer pedaço de carne que passar na sua frente! Fotos são absolutamente proibidas então, deixo vocês com essa imagem. 

Cansadas da chuva e do vento, decidimos incluir no roteiro o Museu "Casa da Anne Frank". Melhor decisão impossível. O museu não tem muito de museu, é super interativo, mas não daquele estilo: "o que você acha que aconteceu com o Rei que foi enforcado aqui". O interessante é que, por exemplo, pra quem não conhece a história, acaba se vendo dentro dela!

Anne Frank era filha de judeus que decidiram se esconder quando a cidade foi invadida pelos nazistas. Ficaram lá durante dois anos, ao longo dos quais ela manteve diários, que foram descobertos mais tarde, pelo seu pai, o único sobrevivente. O museu é todo baseado no diário e em depoimentos de pessoas que conviveram com os foragidos. Anda-se pela casa e lá estão ilustradas todas as passagens do diário: os tracinhos do crescimento de Anne e sua irmã na parede, as janelas pintadas de preto, a decoração do quarto dela, feita com recortes de revistas que traziam para ela, o banheiro onde, por vezes, não se podia dar descarga devido ao barulho, a estante que ficava em frente a porta do esconderijo, e o diário, que virou um livro traduzido em mais de 30 línguas, meticulosamente conservado! Vale a pena a visita!


O tão esperado bolinho não foi tudo o que dizem, mas guardei a caixinha de recordação. 
Recordações mesmo não faltam!