sexta-feira, 12 de julho de 2013

Amsterdam sob um guarda-chuva

Acho que passagem mais cara que comprei durante o intercâmbio custou 130 euros, e foi a ida e a volta direto ao aeroporto principal de Amsterdam. Existem passagens mais baratas para países próximos e viagens curtas de ônibus que te levam para a cidade, mas queríamos mesmo conhecer especificamente o destino preferido de tantos dos nossos amigos!

Acreditem, não é pela maconha, nem pela putaria. Amsterdam é uma cidade muito fofa, com ruazinhas deliciosas à beira dos canais que dão vontade de deixar o mapa na mala e se perder até anoitecer. Pena que o anoitecer era pelas onze da noite, o vento à beira do canal destruía nossas sombrinhas de 3 euros e as roupas que escolhemos para usar no final de junho não esteve condizente com o clima! 

Nosso roteiro incluía chegar de manhã, tomar um café e circular os pontos turísticos, ir de bicicleta até a micro cervejaria do moinho e comer um space cake do coffeeshop mais renomado da cidade, o Bulldog. 
Saindo da estação de trem, que é lindíssima, fui carregada por bicicletas circulando em um transito frenético na sua própria faixa. Aliás, lá até a faixa de pedestres é tomada por elas encostadas umas nas outras em qualquer lugar que dê pra amarrar uma corrente! Conclusão: aluguel de bicicleta cancelado. 

Pegamos, então, nosso mapinha como combinado e fomos procurar o que fazer. Parques, pontes, Red Light, todas as lojas de souvenir possíveis e as famosas letras gigantes! 

Queria bater a "tradicional foto na ponte", mas aí cheguei lá e descobri que Amsterdam tem mais de 1000 pontes e foi apelidada de Veneza do Norte. O melhor é que cada ponte é mais bonita que a outra, e no verão ficam cheias de flores e bicicletas com cestas penduras, uma gracinha!

Dica: se quiser ver tulipas verdade, não as artificiais das lojas de souvenir ou nas fotos dos pacotinhos de sementes vendidos em todos os cantos da cidade, vá visitar a Holanda do meio de março até meio de maio, ou suas expectativas não serão atingidas, como as minhas!

O Red Light district foi um susto. Fomos à luz do dia, quando as vitrines estão, na sua maioria, vazias. Entramos na Condomerie, a loja que vende preservativos pintados a mão, e outras coisas que até Deus duvida e depois, passeando pelas ruas demos um salto quando uma, que parecia um manequim, começou a se mexer! É exatamente assim, uma manequim exibindo uma lingerie ou qualquer roupa minúscula, dançando, conversando e chamando pra dentro qualquer pedaço de carne que passar na sua frente! Fotos são absolutamente proibidas então, deixo vocês com essa imagem. 

Cansadas da chuva e do vento, decidimos incluir no roteiro o Museu "Casa da Anne Frank". Melhor decisão impossível. O museu não tem muito de museu, é super interativo, mas não daquele estilo: "o que você acha que aconteceu com o Rei que foi enforcado aqui". O interessante é que, por exemplo, pra quem não conhece a história, acaba se vendo dentro dela!

Anne Frank era filha de judeus que decidiram se esconder quando a cidade foi invadida pelos nazistas. Ficaram lá durante dois anos, ao longo dos quais ela manteve diários, que foram descobertos mais tarde, pelo seu pai, o único sobrevivente. O museu é todo baseado no diário e em depoimentos de pessoas que conviveram com os foragidos. Anda-se pela casa e lá estão ilustradas todas as passagens do diário: os tracinhos do crescimento de Anne e sua irmã na parede, as janelas pintadas de preto, a decoração do quarto dela, feita com recortes de revistas que traziam para ela, o banheiro onde, por vezes, não se podia dar descarga devido ao barulho, a estante que ficava em frente a porta do esconderijo, e o diário, que virou um livro traduzido em mais de 30 línguas, meticulosamente conservado! Vale a pena a visita!


O tão esperado bolinho não foi tudo o que dizem, mas guardei a caixinha de recordação. 
Recordações mesmo não faltam!













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