Color Run: "Os cinco quilômetros mais felizes do planeta". Alguns correm, outros dançam, outros rastejam-se (nosso caso, considerando o calor e a sede- sim o verão chegou!), enquanto sujam-se de uma tinta em forma de pó que fez tudo ficar mais alegre. Foi a energia de 12 mil pessoas de todas as idades, cobertas de cor e de sorrisos, criando um mar de gente alucinada, rolando no chão e pulando sem enxergar nada no meio das nuvens multicoloridas!
Para lavar a cor e a alma, o cortejo da queima das fitas: "Uma das festas que se consome mais álcool do mundo". No domingo choveu cerveja, entre muitas outras bebidas alcoólicas, quando, os quase cem carros, meticulosamente enfeitados e preparados pelos alunos de cada curso, desceram pela cidade fazendo festa com os 100 mil espectadores que assistiram o cortejo.
Todos os universitários trajados de acordo, de capa e batina. Os formandos com acessórios especiais, nas cores de seu respectivo curso, cartola e "bengala" esperando as batidas que simbolizam os desejos de parabéns pela formatura. E os calouros também, que até então não podiam vestir o tradicional traje acadêmico. Durante a serenata da Queima das fitas (parecida com a da Latada, porém algumas muitas vezes maior) são traçados pelos seus veteranos. A capa é dobrada na ponta segundo o número de anos que faltam para a conclusão do curso, colocada sobre os ombros do calouro e cruzada para a direita e depois para a esquerda.
O Traje serve como entidade uniformizadora, permitindo a normalização de estatutos sociais e econômicos de todos os estudantes. Ou seja, o Traje Acadêmico é um símbolo que representa a igualdade e a simplicidade, e não o elitismo. Por esse motivo as meninas não usam brincos grandes, maquiagem ou unhas pintadas enquanto o vestem.
A capa é parte essencial do traje, nenhuma regra se aplica quando ela não está vestida. Ela é "benzida" com fluidos quando o calouro a recebe, fluidos como vinho, vômito, cerveja, água, entre outros e só é lavada à água da chuva, nunca mais. Não, eles não são obrigados a utilizar o traje para frequentar às aulas. O uso do traje é um direito do aluno e um sinal de respeito em serenatas e eventos importantes, como defesas de teses e formaturas.
Alguns devem ter lavado a capa nas águas do Mondego, foi lá que terminou o cortejo, quando o rio se transformou numa piscina de águas geladas e foram todos curar a bebedeira para mais uma noite de festa no recinto da Queima.
É também no cortejo que acontece a queima simbólica das fitas, cena que dá nome à semana de festa que sucede todo esse ritual. Os amigos, familiares, namorado, etc. escrevem mensagens em fitas, chamadas grelos, da cor de cada curso. As fitas são colocadas nas pastas que fazem parte do traje acadêmico até a data do cortejo, e neste dia são queimadas em penicos.
Assim é Coimbra, cheia de tradições que não se apagam no tempo, mas se enchem de vida todos os anos e encantam cada vez mais.
"Hoje Coimbra, amanhã saudades"
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