13 a 17 de Janeiro
Hostel Plus Berlim
Independente de roteiros, comece pelo Free Tour, sempre! Mesmo que não dê tempo para bater as melhores fotos, a gente descobre o lugar das coisas importantes (até das não tão importantes.. tipo o prédio que o Michael Jackson sacudiu o filho!!), além de saber um pouquinho de cada uma. Quem, assim como eu, não é muito chegado em ler a descrição de tudo, ou carregar um guia de mil páginas na mochila, vai descobrir um milhão de fatos que fazem de Berlim essa cidade carregada de história, de culpa, de sofrimento, e ao mesmo tempo, um lugar tão apaixonante!
A cidade é toda "nova", isso porque tudo foi destruído na guerra e teve que ser reconstruído. Pouca coisa restou além dos prédios de interesse político àqueles que ganharam a guerra. É visível nas igrejas as partes que foram restauradas e as partes escuras, como as estátuas, que foram removidas, assim que Berlim começou a ser bombardeada. Mesmo assim tudo continua lindo e clássico. A universidade, uma das mais famosas, onde estudaram pessoas como Einstein e Marx, entre outros 29 ganhadores do prêmio Nobel. Ali do ladinho da Bebelplatz onde os milhares de livros foram uma vez, queimados e agora as prateleiras vazias afundadas no chão trazem timidamente essa lembrança. Os portões de Brandemburgo, símbolo quase oficial da cidade, cuja estátua do topo foi roubada por Napoleão, e agora, de volta ao seu lugar, "encara" o parlamento francês localizado do outro lado da praça.. ai meu Deus, quanta coisa pra contar..!
Não podia ser diferente, com tanta história pra lembrar, Berlim é cheia de memoriais. O do Holocausto, não tem simbolismo algum, identificações, nada. Só gigantescos blocos de cimento (2711), cinzentos, de tamanhos diferentes, espalhados, com o objetivo de causar desconforto em quem anda por ali, como o holocausto em si. Ele aconteceu, as pessoas evitam falar sobre, mas faz parte da cidade e mostra como a sociedade alemã não pode, nem quer, apagar essa parte da sua história, muito pela contrário, é capaz de refletir sobre ela. Tenho que dizer que me fez lembrar um cemitério e piora se você visita um campo de concentração e descobre o que fizeram com as pessoas que são lembradas ali.
De longe o meu monumento preferido, merecido, não alegre, é o Neue Wache. Desde 1993 ele é o "Memorial às vitimas da guerra e da tirania", mas desde sempre ele foi utilizado por qualquer um que estivesse no poder para mostrar ao povo quem eram os "bad guys". Se os comunistas estivessem no poder, o memorial seria dedicado às vitimas do fascismo e assim por diante. Atualmente, o lugar é o "túmulo" de um soldado desconhecido e de uma das vítima de um campo de concentração na segunda guerra mundial, qualquer uma, civil, judeu, ou guarda. E sob a abertura no teto esta a réplica da estátua "Mãe com seu filho morto" de Käthe Kollwitz, que sofre as mudanças do clima, assim como os soldados na guerra.
Pessoas importantes costumam prestar homenagens ali sempre que passam por Berlim, é um lugar muito, mas muito, respeitável.
Dali é possível conhecer mais um pouco da história de Berlim no museu gratuito Topografia do Terror, localizado na região das antigas instalações da Gestapo, ou em um dos que eu não fui, o Museu Judeu de Berlim, na Podsdamer Platz. Tudo perto, facinho de achar caminhando, ainda mais se você abastecer o corpinho com uma deliciosa currywurst! Essas sim são imperdíveis, no pão ou com uma porção gigante de batatas fritas!
A outra parte da história de Berlim, a da divisão, do Muro, da perda do direito de ir e vir eu vou deixar pra contar depois! Passamos a viagem inteira discutindo porque eles não destruíram o muro inteiro, e porque existem pedaços dele espalhados na cidade inteira, como memoriais, se essa é outra parte tão odiada da história de Berlim. Acho que existem questões que nunca serão respondidas, opiniões não faltam.. qual é a sua?
Domo de Belim - Ilha dos Museus |
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